CANCRO
Cancro, nome comum da neoplasia maligna, é uma doença caracterizada por uma população de células que cresce e se dividem sem respeitar os limites normais, invadem e destroem tecidos adjacentes, e podem-se espalhar para lugares distantes no corpo, através de um processo designado metástase. Estas propriedades malignas do cancro diferenciam-no dos tumores benignos, que têm um crescimento limitado e não invadem tecidos adjacentes (embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem malignos). Quase todos os cancros são causados por anomalias no material genético. Estas anomalias podem ser resultado dos efeitos de carcinógenos, como o tabagismo, a radiação, as substâncias químicas ou os agentes infecciosos. Outros tipos de anormalidades genéticas podem ser adquiridas através de erros na replicação do DNA, ou são herdadas.


Cancro como doença genética

O cancro é fundamentalmente uma doença genética. Em células normais, o crescimento celular é controlado por diversos factores, ou hormonas, libertadas por células adjacentes ou distantes. Deste modo um tecido consegue crescer ou atrofiar em resposta a demandas aumentadas ou diminuídas da sua função. A progressão do cancro não é mais que a inactivação de determinados genes e a hiper-expressão de outros, dando origem a células largamente independentes da regulação local e central do organismo, que se dividem sem inibição. Outras mutações noutros genes poderão então dar às células neoplásicas novas capacidades invasivas, já que todas as células do organismo possuem o genoma completo e portanto a capacidade de produzir qualquer proteína, desde que os genes correspondentes sejam activados (neste caso por mutação). Assim, uma célula da cartilagem neoplásica pode sofrer mutação que lhe permite formar proteínas que provocam a formação de novos vasos sanguíneos, apesar de este gene nunca ser expressado na célula normal.




Genes tipicamente mutados do cancro

Qualquer tumor é constituído pela progénie de uma única célula que acumulou mutações em genes suficientes para evadir os mecanismos antitumorais e para ganhar autonomia na replicação. Existem basicamente quatro classes de genes importantes na patogenia do cancro:
- Oncogenes: são genes que normalmente estão envolvidos na proliferação celular (quando são normais são proto-oncogenes). Se sofrerem mutações que aumentam a sua actividade transformam-se em oncogenes, e aumenta a proliferação celular. Assim, por exemplo, um receptor activado por uma hormona de crescimento é um proto-oncogene, mas se o gene desse receptor for mutado de modo a que o receptor passe a estar activado mesmo sem hormona ligada, é um oncogene e há proliferação independente da hormona. Normalmente basta uma destas mutações numa das duas cópias de cada gene em cada célula para ser eficaz -mecanismo dominante. Exemplos de oncogenes: MYC; RET; RAS.



- Genes supressores tumorais: são genes que suprimem a proliferação caso detectem anormalidades celulares. São necessárias duas mutações que os inactivam, uma em cada cópia do gene, já que um gene é capaz de funcionar mesmo se o outro for inactivado - mecanismo recessivo. Exemplos: RB; NF1; APC.



- Genes que regulam a apoptose: genes que promovem a apoptose podem sofrer mutações (em ambos os alelos) inactivantes; enquanto genes que inibem a apoptose podem sofrer mutações que os tornam hiperactivos. Exemplos: BCL2; BAX.

- Genes da reparação do DNA: se estes genes estiverem inactivados, a taxa de mutações passa a ser muito maior, e portanto a probabilidade de haver mutações em outros genes das classes discutidas acima é maior – instabilidade genética.


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cancro_(tumor) ; http://www.cientic.com/tema_mutacoes.html